quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Sobre dívidas e Endividados




O cenário é a casa de um religioso, talvez o melhor lugar para se falar de dívidas. Jesus estava lá como convidado de um devedor que se achava em dia com seus credores. Era justo, dizimista, pautava sua vida toda nas minúcias da lei – que é legalismo - a forma mais des-humana de religiosidade. Esse é o homem que convida Jesus para almoçar em sua casa, sem imaginar as imensuráveis palavras que o aguardavam.
Pois que, em meio às delícias da mesa posta e dos fartos de justiça própria, entra uma endividada. Ah, permitam-me o suspiro e a reticência... Isso é susto, constrangimento e alegria misturados. Uma endividada! Ela sabia de sua parca possibilidade e miserável merecimento, mas que, sem palavras, derramou aos pés de Cristo toda sua conta, e fez isso em forma de lágrimas, azeite perfumado e beijos. Era prostituta, sem reticências, devia a si mesma, à sociedade, pois que também era de má fama, e devia a Deus. Entrou sem ser convidada, tocou sem ser permitida – o que é imerecimento – e ouviu o reclame do legalista e a desaprovação dos convivas. Mas, como nenhum outro pôde fazer, honrou a Cristo com a confissão pública dos seus gestos, e isso foi tamanho que sua história atravessou milênios e veio fazer a pauta desta conversa. Ela descobriu como lidar com a culpa e a solidão, talvez seus grandes débitos.
Jesus ponderou com a intimidade de seu anfitrião numa pergunta simples, porém, como no começo dessa fala, assustadora e constrangedora. Existiam dois devedores, um devia cinqüenta e, outro, quinhentos, mas nenhum tinha com que pagar. O credor perdoou a ambos, e aí volta a reticência... Qual deles amará mais? A pergunta é verdadeiramente simples, mas incômoda. Há dois tipos de pessoas: as que, explicitamente, devem muito, e as que pensam dever pouco. A prostituta da história era grande devedora e por isso muito amou ao lidar com o perdão. Tinha muito a agradecer, afinal como podia resolver seus débitos? O fariseu pensava dever pouco, por isso não se preocupou com a água para lavar os pés de seu convidado, nem com óleo para ungir sua cabeça, talvez, nem pensou naquela coisa de beijos... É necessário pensar no que essa história revela de nós mesmos. Em qual das categorias de devedores me acho? A quem devo? A abrangência dessa temática é maior e mais séria do que muitos querem crer, afinal, deve-se a quem e o quanto se deve?
Repetir a atitude do fariseu que ocultou suas dívidas numa pretensa prática religiosa legalista, ficando assim à vontade para apontar e julgar a inadimplência da prostituta, é uma tentação real, mas cruel às avessas e estúpida. Nesse aspecto ela foi melhor que ele, porque descobriu a alegria da intimidade, foi um passo além da lei em si, e encontrou alegria na confissão de suas pendências. Quem muito deve, muito ama, eis a questão. Essa é a encruzilhada posta hoje nessa conversa. De um lado, o religioso que a tudo justifica, do outro, a endividada que a tudo confessa. Última reticência... Cansada de dívidas, achou o caminho sublime das lágrimas, do ungüento e dos beijos. O fariseu? Esse desapareceu da história.


Eliel Eugênio de Morais
Pastor

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

CONFERÊNCIA 2011





6a CONFERÊNCIA ANUAL MISSÃO RENASCER

4a CONFERÊNCIA ANUAL IGREJA DE DEUS EM COLORADO DO OESTE - RO


MISÕES - MIHA FAMÍLIA



02 A 04 DE SETEMBRO DE 2011
Colorado do Oeste - RO



PRELEÇÕES

PR Cesário Conserva Júnior

JUVEP

João Pessoa - PB


Abordagem Especial: Nordeste