Ontem choveu em nossa terra. O cheiro livre do campo molhado, das árvores secas como que assustadas com tamanha dádiva de formosura e alívio, como um desfile de reivindicação pela vida. A chuva nos dias de seca é terapêutica e tem o dom de nos remeter ao passado, fazendo-nos trilhar por lembranças longínquas da infância, de outras chuvas, outro tempo e de quanta coisa, boa e ruim, já passou...
Ontem, quando ainda tinha os últimos respingos da chuva, alguém leu no templo uma palavra que, como a chuva, tem o poder de trazer à memória coisas que ainda não foram embora. A palavra mencionada lembra dias difíceis e a essência dela rememora o que aconteceu. “Se não fora o Senhor”... É como pensar na chuva de ontem e nas que vieram em todos os anos da infância, de lá até aqui. Se não fora a chuva na primavera tal, ou no verão de tal ano, se não tivesse chovido no outono daquela época, se não fosse a chuva no inverno de antes... É aí que as coisas se parecem. Uma é figura da outra. “Se não fora o Senhor” quando os homens se levantaram contra nós, “se não fora o Senhor” as águas teriam transbordado e a corrente levado a nossa alma, as águas impetuosas teriam prevalecido sobre nós...
Bendita foi a chuva de todos esses anos, bendita a secura que ontem, no fim da tarde, se rendeu a ela quando parecia que não mais viria. Eu andava pela rua vendo o morrer do dia. Ela veio, surpreendente, e eu corri, as crianças correram e nós, benditamente, nos molhamos e, a terra, adoravelmente, se molhou. A figura se repete. “Bendito seja o Senhor” que em todo esse tempo não nos deu por presa aos dentes dos caçadores de almas. Como na surpresa da terra com a chuva, a nossa alma escapou como um pássaro do laço do passarinheiro. O laço se quebrou e nossa alma voou livre. Foi como no fim da tarde de ontem. Se não fosse aquela chuva... Porém, ela veio! Deus é assim ao derramar sua palavra e libertação sobre os povos ou quando se refere a apenas uma alma solitária, é que todos, alma e povos, sofremos do pavor e da secura. E a palavra de Deus é como a chuva na terra seca de agosto. É surpreendente, curadora, revigorante.
Me encontro como o rei do texto referido. Ele diz: “Ah, se não fora o Senhor”... Comparo sua palavra com a chuva de ontem antes do anoitecer e todas as dos anos anteriores. O que teria acontecido se elas não tivessem vindo? A mesma coisa que teria acontecido com a minha alma se Deus não tivesse enviado sua libertação e palavra. O próprio texto do Rei explica: teríamos sido tragados pelos dentes do caçador, a correnteza teria consumido as nossas almas... Porém, choveu. Choveu pelo tempo e choveu ainda ontem e choverá pelos dias vindouros, chegará mesmo o tempo em que choverá torrencialmente. Tudo tem seu tempo. A palavra de Deus e sua libertação também.
Paz e a gente se fala pelas chuvas que ainda virão...
Eliel Eugênio de Morais
Pastor
Colorado do Oeste, 26 de Agosto de 2009.
Ontem, quando ainda tinha os últimos respingos da chuva, alguém leu no templo uma palavra que, como a chuva, tem o poder de trazer à memória coisas que ainda não foram embora. A palavra mencionada lembra dias difíceis e a essência dela rememora o que aconteceu. “Se não fora o Senhor”... É como pensar na chuva de ontem e nas que vieram em todos os anos da infância, de lá até aqui. Se não fora a chuva na primavera tal, ou no verão de tal ano, se não tivesse chovido no outono daquela época, se não fosse a chuva no inverno de antes... É aí que as coisas se parecem. Uma é figura da outra. “Se não fora o Senhor” quando os homens se levantaram contra nós, “se não fora o Senhor” as águas teriam transbordado e a corrente levado a nossa alma, as águas impetuosas teriam prevalecido sobre nós...
Bendita foi a chuva de todos esses anos, bendita a secura que ontem, no fim da tarde, se rendeu a ela quando parecia que não mais viria. Eu andava pela rua vendo o morrer do dia. Ela veio, surpreendente, e eu corri, as crianças correram e nós, benditamente, nos molhamos e, a terra, adoravelmente, se molhou. A figura se repete. “Bendito seja o Senhor” que em todo esse tempo não nos deu por presa aos dentes dos caçadores de almas. Como na surpresa da terra com a chuva, a nossa alma escapou como um pássaro do laço do passarinheiro. O laço se quebrou e nossa alma voou livre. Foi como no fim da tarde de ontem. Se não fosse aquela chuva... Porém, ela veio! Deus é assim ao derramar sua palavra e libertação sobre os povos ou quando se refere a apenas uma alma solitária, é que todos, alma e povos, sofremos do pavor e da secura. E a palavra de Deus é como a chuva na terra seca de agosto. É surpreendente, curadora, revigorante.
Me encontro como o rei do texto referido. Ele diz: “Ah, se não fora o Senhor”... Comparo sua palavra com a chuva de ontem antes do anoitecer e todas as dos anos anteriores. O que teria acontecido se elas não tivessem vindo? A mesma coisa que teria acontecido com a minha alma se Deus não tivesse enviado sua libertação e palavra. O próprio texto do Rei explica: teríamos sido tragados pelos dentes do caçador, a correnteza teria consumido as nossas almas... Porém, choveu. Choveu pelo tempo e choveu ainda ontem e choverá pelos dias vindouros, chegará mesmo o tempo em que choverá torrencialmente. Tudo tem seu tempo. A palavra de Deus e sua libertação também.
Paz e a gente se fala pelas chuvas que ainda virão...
Eliel Eugênio de Morais
Pastor
Colorado do Oeste, 26 de Agosto de 2009.
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