quarta-feira, 16 de junho de 2010

SOBRE UMA DE TRÊS PESSOAS


A Primeira Pessoa


O profeta Eliseu, o primeiro personagem de uma trilogia do segundo Livro dos Reis no Velho testamento. Seu nome significa “Deus é salvação” e seu trabalho aparece como aquele que aproximou homens e mulheres de Deus através da demonstração carinhosa do amor e da graça de yawé, o seu Deus. O maior desafio deste profeta foi servir a Deus e aos homens dentro da tênue linha da “severidade e da bondade” de Deus, basta ver seus encontros com a viúva de Sarepta, os filhos dos profetas entre outros.
Os estudiosos dizem que ele foi o maior realizador de milagres no VT, ficando atrás apenas de Moisés. Foi discípulo de Elias e se tornou maior que seu mentor. Porém, é no episodio com o chefe militar da Síria, Naamã, que Eliseu protagoniza um dos mais belos acontecimentos de cura de toda a história antiga. Mais do que contar o ocorrido, essa crônica visa levar o leitor a andar pelas mesmas linhas de caráter do procedimento do profeta. É esse o propósito. Pensemos então o seguinte:
A cura ocorreu de forma tão íntima que o general sírio, o doente curado, voltou e ofereceu presentes generosos ao profeta. Eliseu os recusa, mesmo sendo isso um costume de muitos de seus contemporâneos. Porém, um dos seus discípulos sai em procura do general e racionaliza sua cobiça, visto que lhe pareceu lícito obter vantagens pessoais na ministração do sagrado. Fez isso, ganhou presentes e, leproso, desapareceu da história. E o presente texto racionaliza também: não possuímos habilidades semelhantes às do discípulo do profeta? Refiro-me às coisas do engano e da trapaça, como se o sagrado e o humano fossem coisas a negociar. É por isso que necessitamos da teologia de Eliseu, aquela que nos faz perguntas complexas. Não é essa a proposta do evangelho? Não é ele uma palavra interrogativa dos nossos dias e das nossas almas?
Eliseu teve a ímpar capacidade de “desertar” as pessoas para a responsabilidade e a integridade. Digo eu: que ministério complexo, doloroso e prazeroso! O profeta não sucumbiu ante o brilho e o prestigio de seu ilustre visitante e, por isso mesmo, o serviu com as duas melhores e mais nobres dádivas: a cura da lepra, que é coisa terrena, mas que escraviza o sonho; e a cura da alma, que é coisa para a eternidade e que, por irônico que pareça, o forte general não via. E, no fim de tudo, o principal legado de Eliseu foi sua fidelidade no exercício do dom que recebeu.

Paz e a gente se fala pelas curas provida por Deus...

Eliel Eugênio de Morais
Pastor

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