sábado, 11 de julho de 2009

PALAVRAS



O que palavras podem dizer?
E o que elas não podem dizer?
Contam do ipê,
O amarelo amaciando de beleza o chão cansado.
Contam a lágrima do poeta extasiado,
Ferido pelo encanto...
Por que não contam a razão da ferida?
Por que não sabem o que ocorreu entre o amarelo e a alma?
Palavras transbordam...
Mas não podem dizer do que aconteceu entre o pão e o vinho.
Por que minha alma o ama?
A distancia inefável (muda?)
Do templo,
Ritos,
Gestos...
O que as palavras podem dizer do que ocorreu na minha alma?
Amor?
É pobreza,
Caminhante é o meu sentido,
Perdido na ausência...
Achado na presença!
E não é mister tirar as dobraduras do texto.
Achei o que está entre o ipê e a ferida,
O que se esconde entre o templo e a adoração.
O pão e o vinho...
Minha alma parada,
Admirada,
Pobre!...
Caminhante, mendiga se faz.
Eu, poeta,
Achado na tua presença:
Teu servo!





Janeiro de 2006

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