sexta-feira, 31 de julho de 2009

UM SEGREDO DENTRO DE CASA



Há algumas semanas alegrei-me com um lugar. Foi numa pequena cidade do interior, onde cresci no cerrado de Goiás. Alegrei-me em ver as ruas onde corri, algumas casas que ainda insistiam em ficar lá depois de tantos anos. Alegrei-me quando entrei pelo portão da minha antiga escola, agora me parecendo bem menor que antes.Descobri que um lugar nos alegra por causa dos tesouros que deixamos escondidos dentro deles.
O rei se alegrou quando alguém lhe convidou para ir à casa de Deus. E ele escreveu sobre o estremecimento de sua alma quando seus pés adentraram a cidade onde estava aquela casa. Havia tesouros lá dentro. Alguns deles, ele conta na melodia da canção que fez: os amigos, a paz e a oração. Outros, os mais íntimos, são seus segredos, são os que estão ocultos no trono do juízo de Deus. Aí se descortina uma palavra imensurável. O trono do juízo era um lugar de conferência entre o Deus daquela casa e o homem que chegava. Ali residiam suas confidências, como o maior dos tesouros guardados lá dentro.
A pessoa de todos nós é assim, complexa, paradoxal e mutável. As confidências do rei aconteciam porque Deus tornou acessível o trono de seu juízo, um lugar para as almas carentes deliberarem de suas coisas terrenas e dos seus anseios por aquilo que não é só terreno. É um caminho que se abre a tesouros. O juízo de Deus é uma súplica pelo espírito humano, e, feliz é aquele que reconhece quem é esse Deus e partilha de seu poder e amor. Muito feliz é quem percebe o que ele fez, o que está fazendo e o que ainda fará, pois o caminho se amplia na cura daquele que o confessa e que confessa a si mesmo. O juízo de Deus é um convite a essa confissão, que são aquelas coisas referentes aos pecados que cometemos e ao arrependimento que nos compunge. Aí está a diferença entre a dor do arrependimento que conduz á cura e o mero remorso que chafurda a alma num poço de culpas. Isso é uma súplica inteira da alma que chega e do trono que está na casa de Deus. Quem podia pensar que os tronos dos juízos do Senhor eram uma súplica?
Alegrei-me quando fui àquela cidadezinha do cerrado, porque lá, tive meus segredos de menino. O rei se alegrou por causa do trono dos juízos de Deus, o lugar de suas deliberações de um adulto vivido. E o que revelou de lá? Confidências de um Deus que, às avessas, pede que o humano não se perca no reconhecimento de si mesmo, que não se destrua nos pecados e remorsos cruéis da culpa, mas que se ache na súplica da alma inteira pelas necessidades e ansiedades das coisas da terra e do céu. Esse é o segredo. Isso alegrou a alma do rei quando lhe disseram: “Vamos à casa do Senhor”.

Paz e a gente se encontra pelos tronos dos juízos de Deus...

Eliel Eugênio de Morais
Pastor

Colorado do Oeste, 29 de Julho de 2009.

Nenhum comentário:

Postar um comentário