sábado, 11 de julho de 2009

SOBRE SAULO DE TARSO

Paulo é pequeno. O grande que difundiu o cristianismo e que soube o que é dar a vida por uma verdade, era pequeno. Ele foi pequeno. Disse que “se alguém está em Cristo, é nova criatura, as coisas velhas passaram e tudo se fez novo”. Sei que essas palavras são uma ponta de esperança para muitos. As coisas que ficaram era refugos, tudo deixado para trás, inclusive sua vida, por causa da excelência do que conhecera numa estrada poeirenta da Palestina do primeiro século.
Não foi sempre assim. Nasceu em Tarso – Era Saulo de Tarso, o arrogante, seguro de uma religiosidade legalista e disciplinada, porém vazia de compaixão, plena sim, de escuridão e letargia. Foi quando Cristo lhe lançou por terra e Saulo descobriu as escamas da religiosidade que lhe cobria os olhos. Escamas de uma religião que podiam cegar uma pessoa de tamanha cultura? Exatamente isso. Saulo desfilava seu orgulho e sua lei e Cristo lhe fez ver o quanto era cego e o quanto era inútil e vazia sua religiosidade, porque, repete-se, era desprovida de compaixão, nua da pobreza de espírito, porém encharcada de leis e de justiça própria. Trapos de imundícia ante o trono da imensurável graça de Deus.
No chão, viu-se cego. E cego, procurou a oração e, na oração, achou a cura dos olhos e a dilatação da alma pelo mover do Espírito Santo. Lá, nesse dia, soube que morreria e que viveria por Cristo. A religião soberba, externa e disciplinada morria e nascia um coração pobre, pedinte, adorador.
Então, tornou-se Paulo – O pequeno. E fico a pensar que, se Cristo fez mudança tal, de tamanha intensidade, em alguém como Saulo de Tarso, o que não pode fazer hoje no coração de pessoas como eu e você? Por isso Paulo disse que se alguém está em Cristo é nova criatura, as coisas velhas passaram e tudo se fez novo. As coisas velhas eram o Saulo orgulhoso, perseguidor, criminoso... Tudo isso somado a um deus organizado, cheio de leis. A nova criatura é o perdão, a liberdade, um rio de água viva corrente dentro de si. Ser nova criatura é deixar ir as coisas velhas e é ser mesmo pequeno diante de tanta grandeza e amor, que dá a desejada transformação.
Colorado do Oeste, 11 de Setembro de 2008.

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